A ação cultural em modo partilha

Conversa Fiada

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Ciclo | Encontros | Regeneração urbana | Sustentabilidade | Programação | Paisagem | Terra

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Lugares regenerativos
Ciclo | Encontros | Regeneração urbana | Sustentabilidade | Programação | Paisagem | Terra

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Lugares regenerativos
Ciclo de encontros dedicados à partilha de práticas culturais e aos desafios da regeneração urbana em áreas de baixa densidade. Agentes da inovação abordam suas terras em registros inspiradores e que vale a pena debater e valorizar para além das fronteiras desses lugares. O encontro engaja agentes criativos e empreendedores, gestores culturais, investigadores, técnicos e políticos, cartografando a emergente realidade do saber-fazer-território a diversas escalas de ação.

Vincadamente interdisciplinar, e com foco no Alentejo, o ciclo destina-se a estimular futuras colaborações e parcerias entre organizações – nomeadamente associações culturais, movimentos cidadãos, creative hubs – que partilham ideais e objetivos de fundo na órbita da sustentabilidade e da resiliência, e o desejo de, através de fatores distintivos, colaborar na gestação de uma paisagem cultural mais diversificada no território nacional. 

Em três momentos – 24 de agosto, 28 de setembro e 26 de outubro –, são articuladas questões gerais e imaginadas ações conjuntas – comunidades de labor. Espera-se a gestação de uma equipa informal envolvida na criação de uma rede cultural com atividades regulares e em que o projeto CONVENTO DA TERRA, na sua perspetiva holística e de conservação, possa propor ressonâncias.

 

Em concreto, os objetivos destes encontros são quatro: 

– gerar uma comunidade de partilha da abundância; 

– criar cooperativamente projetos intermunicipais; 

– desenvolver um sistema de residências e itinerâncias; 

– gerar uma identidade dinâmica no quadro de um emergente paradigma socio-cultural.

 

Lugares regenerativos tem um texto ensaiado no horizonte: “Torrão Esvaziado” de Mário Câmara Caeiro.

 

 

26 out. | Conversa Fiada III

Ana Catarina Mendes
Licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, frequentou e concluiu a parte curricular do mestrado em Novas Fronteiras do Direito no ISCTE-IUL. É advogada. Foi presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista na XIV Legislatura e 1ª vice-presidente na XIII Legislatura. Foi eleita deputada à Assembleia da República nas VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII e XIV Legislaturas. Assumiu a funções de secretária-geral adjunta do Partido Socialista, entre 2015 e 2019. Foi vice-presidente da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, entre 2016 e 2017, e presidente da delegação portuguesa da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, entre 2016 e 2019. Foi deputada municipal na Assembleia Municipal de Almada (1993 – 1997 – 2013). Foi membro da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa – APCE desde 2005, nas Comissões de Migrações, Refugiados e Deslocados Internos e Comissão dos Assuntos Políticos e Democracia. É presidente do Grupo de Amizade Portugal-China. Atualmente, desempenha as funções de Eurodeputada ao Parlamento Europeu.

 

Rui Matoso
Investigador em políticas culturais, docente na ESAD.CR e produtor. É mestre em Práticas Culturais para Municípios (FCSH – UNL), tendo obtido o título de especialista (IPL -Lisboa, 2017). Na ESAD.CR, leciona na licenciatura em Programação e Produção Cultural e no mestrado em Gestão Cultural. Investigou no ZKM | Center for Art and Media (Karlsruhe) e foi research fellow no Arquivo Vilém Flusser (Berlin, Universitat der Kunst). Foi consultor científico da Artemrede para o Plano Estratégico e Operacional 2015-2020. Co-editou o livro Art and Photography in Media Environments (Edições Lusófonas / European Communication Research and Education Association, 2016). Em 2019, foi Moderador e Relator do 3º Encontro da PERFORMART- Associação para as Artes Performativas, sob o tema “Descentralização – e Agora?”. Em 2023 integrou a Comissão Científica e Artística da INN2023 – I International Conference on Media Innovation (FCSH-UNL). Organizou, traduziu e editou o livro Imagem, Arte e Cibernética – Vilém Flusser (Edições Lusófonas, 2022).

 

Maria Canelhas
Socióloga de formação e apaixonada pela a agricultura, trabalha há mais de 10 anos em projetos de inovação social com vista à justiça socioambiental. Foi vice-presidente da cooperativa Fruta Feia, onde juntou 300 agricultores e 7000 associados para evitar semanalmente o desperdício de 15 toneladas de frutas e hortícolas feias. Colaborou com o EIT Food (Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia), onde articulou startups, academia e o setor empresarial para desenvolver projetos de inovação em torno das questões mais prementes do setor agroalimentar na Europa. Na colaboração com a Upfarming, desenhou e implementou sistemas de agricultura urbana comunitária como uma forma de promover a literacia alimentar, o desenvolvimento comunitário e coesão social em contextos urbanos. Em 2023 estudou desenvolvimento regenerativo através do Regenesis Institute for Regenerative Practice.  Colabora atualmente com a Terra Sintrópica, trabalhando para a regeneração e transição agroecológica em Mértola, no Baixo Alentejo. Interessa-lhe perceber que práticas e dinâmicas é possível desenvolver para que as comunidades e bio-regiões possam ser resilientes e contribuam para a regeneração de sistemas vivos em que se inserem.

 

Carlos Bragança dos Santos
Natural do Torrão, professor aposentado e investigador da Universidade do Algarve, é licenciado em Arquitetura-paisagista pela Universidade de Évora e doutorado em Ordenamento do Território e Estratégias Ambientais pela Universidade de Sevilha, com tese sobre metodologias de avaliação de sistemas territoriais e gestão hidrológica. É sócio fundador da “Fundación Nueva Cultura del Agua (FNCA)”, que promove bianualmente os Congressos Ibéricos sobre planeamento e gestão da água, instituição da qual foi vice-presidente português durante uma década. Tem extensa experiência profissional na Administração Pública, onde ocupou vários cargos técnicos e de chefia em diferentes instituições regionais (Direção Geral do Ordenamento, Comissão de Coordenação da Região do Algarve, Instituto de Cartografia e Cadastro, Direção Regional do Ambiente do Algarve). Como trabalhos de especial complexidade, participou ativamente na elaboração do primeiro Plano Regional de Ordenamento do Território legalmente aprovado em Portugal (PROTAL), elaboração do Plano regional de desenvolvimento turístico do Algarve, acompanhamento técnico dos primeiros Planos Diretores Municipais e diversos planos de pormenor na região do Algarve, bem como processos de avaliação de impacte ambiental. Como profissional liberal colaborou com várias equipas em projetos de arquitetura paisagista (espaços exteriores urbanos, enquadramento de estruturas turísticas, recuperação de paisagens) e planeamento urbanístico, com destaque para o Parque Ribeirinho de Faro e o Tagus Parque em Oeiras, adjudicados por concurso público.

 

Guilherme Serôdio
Empreendedor político e social, com foco na ativação de ecossistemas sociais, rumo à resiliência e à autonomia local. Especializado em desenho de governança interna de organizações, em métodos de ativação de inteligência coletiva, inovação e pensamento sistêmico. Atualmente a experimentar com plataformas descentralizadas, colaborativas e horizontais. O objetivo é erguer estruturas coletivas de gestão e tomada de decisão paralelas, capazes de levar instituições políticas a integrar contribuições desde as bases (cidadania), e mesmo repensar e reestruturar a sua macroestrutura e funcionamento (democracia deliberativa, feminista e profunda).

 

Fernanda Dâmaso
É uma profissional com ampla experiência internacional em observação eleitoral e desenvolvimento humanitário, atuando em vários países africanos, latino-americanos e europeus. Com formação em Psicologia e um Mestrado em Estudos Africanos, especializou-se no desenvolvimento social e económico em África, com destaque para a Guiné-Bissau. Ao longo da sua carreira, liderou projetos de coordenação de ajuda humanitária, formação pedagógica e integração de estudantes africanos em Portugal. Com uma sólida experiência em organizações internacionais como a União Europeia e CPLP, tem contribuído significativamente para o fortalecimento institucional e processos eleitorais em contextos de pós-conflito e desenvolvimento.

 

 

28 set. | Conversa Fiada II

Ana Paula Amendoeira
É historiadora (Universidade de Lisboa) com especialização no domínio da ação cultural, património e Património Mundial da UNESCO (Paris IV Sorbonne). Diplomada em Administração de Projetos Culturais pela Fundação Marcel Hicter, Conselho da Europa. Bolseira de Investigação da FCT, Investigadora do Centro de Estudos Arqueológicos e Ciências do Património da Universidade de Coimbra. Presidente do ICOMOS Portugal entre 2011 e 2015 Diretora Regional de Cultura do Alentejo 2013-2023. Vice-Presidente da CCDRAlentejo desde janeiro de 2024. Membro do conselho geral da Universidade de Évora. Membro do Conselho consultivo do Instituto Pedra (Conservação de Património) no Brasil. Membro português do Comité Científico da Joint Programming Iniciative on Cultural Heritage(União Europeia) desde novembro de 2020.

 

Maria Alexandra Veiga d’Araújo
É fellow no programa de Pós-doutoramento em Desenvolvimento Humano Integral da Universidade Católica Portuguesa, onde integra como investigadora o Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde (CIIS). É Chair no Grupo de Interesse Especial ‘Lazer e Bem-estar’ da World Leisure Organization. Tem doutoramento em Política Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa (ISCSP – ULisboa), com uma tese intitulada O Lazer, uma resposta para o Envelhecimento Ativo: um estudo na Região Alentejo. É mestre em Política Social pela mesma Instituição, onde também realizou um Executive Master em Psicologia Positiva Aplicada. A sua área de investigação incide sobre o Lazer e os contributos do Lazer Sério para a promoção do desenvolvimento nas idades tardias, envelhecimento ativo e envelhecimento positivo. Tem estudado o envelhecimento e os contributos do Lazer Sério em populações envelhecidas principalmente em territórios periféricos e multidesafiados. É mentora e dinamizadora do projeto “Lavrar o Tempo”, que procura, através da formação especializada para profissionais promover o Desenvolvimento Humano Integral nas idades tardias, cuidado pelo Lazer, o envelhecimento Ativo e Positivo, e uma cultura de cuidados de excelência à pessoa idosa junto de cuidadores formais e informais.

 

Gonçalo Henriques
É um profissional de marketing apaixonado pelo empreendedorismo, que nos últimos anos tem focado a sua atenção no Alentejo. Em Alcácer do Sal, cofundou a Beyond Tagus, uma empresa de hospitalidade, o Alcácer Hub, um espaço de coworking, e, mais recentemente, a Mansão do Passeio, um novo centro empresarial e cultural situado numa moradia histórica da cidade.

 

Ilda Teresa de Castro
É artista, curadora de cinema e video, e investigadora. Formada em Cinema e em Arte, Doutorada em Ecocinema e Ecocritica, Pós-doutorada em Arte e Ecologia.
É autora dos livros, ECOFEMINISMOS e o ecofeminismo da bruxa – cinema e ecologia (2023), EU ANIMAL — argumentos para uma mudança de paradigma – cinema e ecologia (2015), e de uma trilogia de História Oral dedicada ao Cinema Português: CURTAS METRAGENS PORTUGUESAS conversas com (1999); CINEASTAS PORTUGUESAS 1874-1956 conversas com (2001); e ANIMAÇÃO PORTUGUESA conversas com (2004).
Realizou a curta-metragem B BIRD B BOY (2014)e as video-instalações VEGETAL SHADOWS (2014), HERBARIUM (2014), ECCEIDADE (2014), DIÁRIOS DE UMA PESQUISA (2016), HOPE ESPERANZA (2017). Em 2022, co-realizou o documentário SONOSFERA TELECTU, premiado com Menção Especial do Júri no Indie Music, do festival Indie Lisboa. Em 2023 co-realizou a eco-ópera filmada VIRINO KAJ NATURO, da qual também é autora do libreto. É também autora do libreto da eco-ópera DESCARTES NUNCA VIU UM MACACO (2017), na qual também toca electrónica. Na música, integra as bandas TELECTU e THE BANKSY´S. É fundadora da editora ASOKA MIAU HOUSE, e da plataforma e revista online, ANIMALIA VEGETALIA MINERALIA, lançada em 2014.

 

Nádia Ferreira Torres
Mestre em Desenho pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa (2000-2004). Licenciada em pintura da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (1982-87). Curso de ourivesaria do Centro de Arte e Comunicação Visual (AR.CO) de (1979-82). Professora de Artes no Agrupamento de Escolas de Mértola desde 1991. Ilustradora, pintora, joalheira. Membro ao Grupo do Risco desde 2008, tendo participado na maioria das expedições. Embaixadora Local do PEEA (Programa de Educação Estética e Artística) 2018 – 2022. Coordenadora Intermunicipal do Plano Nacional das Artes (desde set de 2022). Dinamiza residências artísticas em Mértola

 

 

24 ago. | Conversa Fiada I

Filomena Barata
Técnica superior do Museu Nacional do Traje.
A sua área preferencial de investigação centra-se em torno das temáticas do Património Cultural, tendo-se dedicado com particular atenção ao estudo da Religião na Época Romana, tema sobre o qual tem publicado vasta bibliografia.
É doutoranda da Universidade de Évora, na área da Museologia, centrada na “Comunicação: Mitologia nos Museus”.

 

José Alberto Ferreira
Docente convidado da Universidade de Évora, onde leciona disciplinas da área da história e teoria do teatro, da programação cultural. Desenvolve investigação na área do teatro, teatro de marionetas, edição, curadoria e programação. Tem colaboração dispersa em vários jornais e revistas, nacionais e internacionais.  Dirigiu e produziu o Festival Escrita na Paisagem (2004-2012), no âmbito do qual programou projetos e criações de artistas nacionais e internacionais na área do teatro e do transdisciplinar. Foi o curador português do projeto INTERsection: Intimacy and Spectacle, integrado na Quadrienal de Praga 2011. Dirigiu e programa Ciclos de São Vicente, em Évora (2011-2017) e o ciclo Outros Cinemas (2011-2019). Foi o Director Artístico do Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida entre  2018 e 2023. É consultor da Rede Portuguesa de Arte Contemporânea (RPAC).
Publicou, além de textos dispersos por catálogos e revistas, Uma Discreta invençam (2004), sobre Gil Vicente, Por dar-nos perdão (2006), sobre teatro medieval, Da vida das Marionetas, sobre os Bonecos de Santo Aleixo (2015). Editor e coeditor de vários títulos, de que destaca Escrita na paisagem (2005), Autos, passos e Bailinhos (2007), Tradução, Dramaturgia, Encenação  (2014), Perpectivas da investigação e(m) artes: articulações (2016), Teatro do Vestido. Um dicionário (2018). Colabora com várias organizações ministrando cursos e seminários.

 

Sara Fonseca
Possui o Curso de Conservação e Restauro de Pintura (C.E.F.P.L., 1989) e graduou-se em Conservação e Restauro (UCM, 1995). Especializou-se em Gestão Cultural na UCM.
Do seu currículo profissional, destacam-se as funções como Diretora Técnica, Sociedade Portuguesa de Conservação e Restauro de Bens Culturais, Lda., 1992-1999; Vogal da Comissão de Arte Sacra da Diocese de Santarém, Santarém, 1990-…; Vogal, Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, Beja, 1992-2017; Responsável Técnica, Atelier de Conservação e Restauro de Obras de Arte, Casa-Museu dos Patudos, 1996. É membro do IIC (International Institute for Conservation of Historic and Artistic Works).
Possui larga experiência de gestão de projetos culturais. De 2010 à atualidade, assumiu a direção de produção do Festival Terras sem Sombra.

 

Manuel Correia da Silva
Nasceu em Lisboa onde estuda na Faculdade de Belas Artes, lança a sua carreira profissional em Macau e na China onde volta aos estudos com um MBA.  Agora está de volta a Portugal e ao Alentejo. É co-fundador de vários projetos criativos, incluindo o ateliê de design Lines Lab, a agência de promoção de artistas None Of Your Business com base em Macau. É fundador da Associação Cultural +853. E  outrora membro da banda de rock Rollana Beat.
Agora está nos bastidores, dando oportunidades a talentos emergentes no Festival This is My City e recentemente é cooperante da Estação Cooperativa de Casa Branca no Alentejo.

 

Sara David Lopes
Licenciada em Antropologia (FCSH da Universidade Nova). Teve desde sempre um fascínio pelas línguas e começou a traduzir aos 15 anos.
Por volta de 1986 participa num projeto europeu com sede na Holanda, (Europa TV) como tradutora de filmes e na sequência dessa colaboração, passa a colaborar com a RTP na mesma área. À colaboração com a RTP junta o trabalho para outros canais televisivos e para o cinema. Trabalha desde então nessa área. Nos últimos anos, trabalha quase exclusivamente para cinema, colaborando com distribuidoras e produtoras nacionais e estrangeiras.
Em 2013, com três amigos, inspirados no festival Filmes Femmes Méditerranées, em Marselha, decididiram criar o projeto Olhares do Mediterrâneo ao qual se dedica desde então, a par das atividades profissionais.
O Festival veio consolidar várias paixões: os filmes, as viagens, o contacto com o Outro e os outros.
Nos tempos livres adora viajar e ler, gosta do mar, de passear, de conversar e trocar experiências. Tem duas filhas e duas gatas e considera-se uma pessoa feliz e afortunada.

 

Júlio Artur Cruz Ramos Roriz
Nasceu em Viana do Castelo, no ano de 1970, Bacharel em Fotografia (ESAP, 2000).
Fotógrafo e Formador na área de imagem e comunicação, colaborador em diversas atividades culturais desenvolvidas na região Alentejana.

 

Arlinda Ribeiro
Trabalhou até 1988 no Departamento de Cultura e Turismo em Óbidos, contribuindo significativamente para a promoção do património local.
Formação  em Conservação e Restauro-Londres 1988/95, onde desenvolveu um profundo conhecimento nas áreas culturais e patrimoniais.
Além disso, tem uma trajetória marcante na área de produção musical, onde alia seu conhecimento técnico e artístico para a criação de projetos inovadores. Programou as edições do  “Monsaraz Museu Aberto” nos anos 2000, 2002, 2004 e 2024, demonstrando sua contínua dedicação à preservação e dinamização da cultura no Alentejo
Criou o restaurante/galeria de artes Sem-Fim em Monsaraz.

CONVERSA FIADA I
24.08.2024

Um par de dias depois do encontro, recebemos de Carlos Alberto Bragança, geógrafo e natural do Torrão, uma síntese assaz concreta do debatido. São tópicos a que próximos encontros certamente voltarão.

Preocupação geral/dominante: emergência de formas de gestão do espaço público – comunicacional/biofísico.

Vertentes exploradas:

– Reativação e/ou inovação de formas colaborativas/cooperativas convencionais para enfrentar problemas de degradação patrimonial ou relacional (casos de Casa Branca e Beja);

– Elementos de atração peculiares do Alentejo e particularmente identificáveis no Torrão (situação geográfica, arqueologia, agroecossistemas – caso do montado – morfologia, amplitude visual, silêncio);

– Fatores de perturbação/agressão ecossocial: degradação da água (superficial e subterrânea, em quantidade e qualidade) e modos de vivência a ela associadas, impactes da agricultura industrial financeirizada, incluindo a mão de obra importada do outro lado do mundo hiperexplorada;

– Identificação de pólos de animação cultural/artística capazes de mobilizar formas de vivência (temporal ou permanente) compatíveis com a história/espírito dos lugares em depressão (cinema, música, teatro, fotografia, artes plásticas…);

– Possibilidade de fortalecer a reivindicação de serviços e assistências básicas (mobilidade, reabilitação de património, eventos socioculturais …) perante as instituições públicas convencionais (autarquias locais, entidades da administração regional/central), incluindo uma “mobilização” da diáspora;

– Implementação/articulação de redes para comunicação e articulação de iniciativas de animação cultural e artística, colaboração e candidaturas a financiamento de projetos.

A estes pontos poder-se-á ainda adicionar a problemática da atmosfera urbana – introduzida por Filomena Barata na abertura da sessão, quando mencionou a importância do Silêncio – e que se relaciona com a criação e a gestão da sinalética e da imagem urbanas; e a questão do quotidiano das comunidades migrantes e ainda excluídas da narrativa predominante. MCC

 

CONVERSA FIADA III
26.10.2024

Uma proposta pragmática | Rui Matoso / Políticas culturais

A política é a tentativa permanente de engendrar a homeostasia possível entre a pluralidade humana e a proliferação da vida. A partilha sensível entre cultura e natureza reside no seu epicentro, porque no coração da política está a preocupação com o mundo.
Não há humanidade sem meio envolvente, dinâmico e demasiadas vezes adverso. No contexto da sociologia da cultura é usual afirmar-se que o seres humanos vivem imersos como peixes num aquário de águas semióticas, tomando como naturais os fluxos e as forças culturais que atravessam o quotidiano. A diferença entre pessoas e peixes, é que nós detemos potencialmente as ferramentas e as técnicas necessárias para cuidar da salubridade do meio e regenerar a vitalidade das águas que nos envolvem.
Contudo, a impermanência própria do mundo produz monstros cibernéticos e as águas tornaram-se elétricas, ardem e derretem-nos as constelações neuronais.  Volta a ser necessário separar novamente as águas, as do condicionamento  e da imposição,  de uma outra perspetiva que valorize o agenciamento crítico e criativo do ser humano na construção da experiência de imersão.
A política poderá então ser-nos útil, e até indispensável, se nos propusermos a entender a cultura como capacidade ativa de cidadania, como um conjunto de ferramentas simbólicas e conceptuais que os elementos de uma comunidade necessitam para lidar com a realidade difusa do mundo contemporâneo e para elaborar novas estratégias de vida coletiva.
Que estratégias e mobilizações adotar para a construção de novas estruturas e instituições
democráticas? Que iniciativas são necessárias para a revitalização das energias cívicas tendencialmente recalcadas por lógicas de dominação e reprodução presentes nas sociedades contemporâneas? Como promover e fortalecer as novas exigências de participação democrática?
Em suma, é premente mudar a visão ornamental e distintiva da cultura para uma convivência cultural quotidiana no seu significado mais amplo e diverso, e não apenas no sentido artístico, identitário ou patrimonial – descolonizar o imaginário.
Nesse sentido, os municípios devem orientar o serviço público de cultura de modo a sustentar a vitalidade cultural do território, criando as condições necessárias ao desenvolvimento humano sustentável.
No âmbito das políticas públicas de cultura, partilho convosco uma proposta pragmática: que os municípios verdadeiramente comprometidos com a energia cultural dos seus lugares estabeleçam uma Coligação de Municípios pela Democracia Cultural, e assim explicitem publicamente o seu empenho e esforço em prol desta transição urgente.

 

 

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