Inusitados sinais de Liberdade

URTIGA, PAPOILA, BOLOTA

Xana

Imagem urbana | Portas | Palavras | Cor | Imaginação | Interpelação | Liberdade

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Portas coloridas pelas ruas!
Imagem urbana | Portas | Palavras | Cor | Imaginação | Interpelação | Liberdade

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Portas coloridas pelas ruas!
XANA apresenta no Torrão um inédito conjunto de peças que abrem na imagem urbana da Vila uma série de coloridas portas. Na brancura de paredes e muros, as palavras que acompanham estas irrupções de cor e forma dizem em boa medida ao que vêm.

No poetar coletivo do lugar, BOLOTA ou PAPOILA são poderosas metáforas da vida local, não deixando de ser convites à reflexão sobre os desafios da LIBERDADE.
Quanto ao sentido que tais palavras ganham na leitura in situ, isso dependerá da comunidade de leitores que vai sendo criada. Certo é que tais portas são aberturas de alegria e provocação num lugar que 50 anos depois de Abril poderia ter perdido a infantil arte de sonhar a cores. 

A coleção, a ser instalada em duas ruas-charneira da Vila — a Rua do Relógio e a Rua João Falcão —, nasceu de residência artística no Torrão, focada na leitura do sítio como lugar e do lugar como pretexto para a comunicação visual da própria arte.

Nota curatorial

A primeira chegada de Xana ao Torrão ocorreu há mais de um ano. Acompanhado de outra artista plástica, Cristina Ataíde. No ano que entretanto decorreu, a ideia de partida – desenvolver uma instalação urbana original na Vila do Torrão foi ganhando forma. Passo a passo, das conversas aos esquissos, da pesquisa aos desenhos técnicos, do protótipo às peças finais. Na sua energia infantil, na sua pureza gráfica, no seu impacto visual, este é um exemplo muito particular da arte (como coisa) pública – aqui brinco (eu também) com a noção de arte pública que para alguns já está esgotada, mas que para outros se mantém interessante problemática. 

Fascinante é, nestas cores planas, mas vibrantes; nestas formas diretas mas misteriosas, reconhecer que é possível actualizar, trazer aos dias de hoje algo como um oásis para a imaginação. A linguagem é a de uma espécie de cultura visual pop, aparentemente ingénua, o brincar à criança – funciona como uma sinalética experimental que nos indica caminhos para o imaginar. Irreal? Surreal? 

Em onze peças, a abstração, tornada portal – lá está… porta(l)! – abre nas paredes alentejanas uma coleção de cromos. Faço sentido neste devaneio? Não mais que o Xana, no seu desafio à leitura e reimaginar da imagem urbana. 

Mário Câmara Caeiro

Xana nasceu em Lisboa em 1959. Licenciado em Artes Plásticas pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa em 1984. Residente em Lisboa, em Lagos desenvolve desde 1995, com outros artistas, o projeto LAC – Laboratório de Artes Criativas. É co-autor do projeto de Licenciatura em Artes Visuais da Universidade do Algarve onde é professor convidado desde 2004. Em 2017 é cofundador da Associação 289 em Faro. Doutorado em Comunicação Cultura e Artes em 2019 pela Universidade do Algarve com o projeto “Amor, Liberdade e Sabedoria – Dialética de uma construção Visual”.
Na sua atividade de artista visual realizou desde 1981 exposições, cenografias ou intervenções em espaços públicos. Em 2005 a Culturgest, em Lisboa, apresentou uma seleção antológica das suas obras, intitulada “Arte Opaca e Outros Fantasmas”, com curadoria de Alexandre Pomar e Lúcia Marques. Nos últimos 10 anos tem tido destaque no seu percurso, a criação de instalações/construções temporárias de Arte pública. Xana está representado em diversos museus e colecções públicas, nomeadamente Museu de Serralves no Porto, Kunstlerhaus-Mousonturm em Frankfurt e em Lisboa no MAAT – Museu de Arte Arquitetura e Tecnologia, na Fundação Luso-Americana e no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian.
www.xana.tv

Apoios: Câmara Municipal de Alcácer do Sal, Junta de Freguesia do Torrão, Fórmula P

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