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Em três momentos de contacto com o Torrão, três artistas emergentes, que fazem parte da mais recente edição do PEA – Portuguese Emerging Art, desenvolvem o seu labor no espaço e na atmosfera da vila. O real triplamente no feminino, o lugar perspetivado como laboratório e palco para a mutação.
Magda Delgado nasceu em Lisboa, em 1980. Trabalha entre Lisboa e Reino Unido.
Frequentou a licenciatura de Arquitetura na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa entre 1999 e 2004, e tem licenciatura e mestrado em pintura pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, entre 2004 e 2012.
É representada pela galeria NO·NO, em Lisboa.
Foi finalista do prémio “Jovens Criadores ‘09” em artes plásticas e recebeu menção honrosa em cerâmica no prémio “Cena d’Arte ’98”.
Tem exposto internacionalmente em individuais: “L’Arcadie après le Malaise dans la Civilisation”, Rooster Gallery Contemporary Art, Nova Iorque em 2016; “Golgotā”, Krypta der Klosterkirche Dendendorf, Alemanha; e “L’Ermite devant le Mystère”, Instituto Camões — Centro Cultural Português, Luxemburgo em 2017; Arte Santander 2019, Stand Acervo, Palacio de Exposiciones y Congresos, Santander, Espanha (solo-project para a Feira de Arte), sendo a sua primeira exposição individual em Lisboa: “Imagens de Contemplação depois da Memória do Mestre Alberto Caeiro”, Casa Fernando Pessoa em 2012, entre outras. Seleção de exposições coletivas: “Be Kind Rewind”, NO·NO contemporary art gallery em 2022-23; “Not an Island II”, NO·NO c. art gallery em 2020-21; “NO·NO na ARCOlisboa” em 2020 Online (Feira de Arte); “Leap of Faith”, NO·NO c. art gallery em 2020; “Sala do Veado: 25 anos”, Sala do Veado, Lisboa em 2016; “SPECTRUM”, Casa-Museu Medeiros e Almeida, Lisboa em 2012; “ZIPBUNG”, Sala do Veado, Lisboa em 2011. Coleções públicas onde está representada: Fundação Calouste Gulbenkian (Portugal), Colección Kells (Espanha), Kloster Denkendorf (Alemanha), Casa-Museu Medeiros e Almeida, Casa Fernando Pessoa.
O seu trabalho é multidisciplinar, refletindo a problemática do binómio Homem—Mundo Natural. Nas suas exposições faz a mediação entre as duas perspetivas, elaborando acerca da visão sempre omissa dos que não usam verbo, através do foco na ética da ação humana. Transversal na sua obra, é também o tratar de temas como a consolação através da estética, criando cenários fictícios acerca de redenção e transcendência, no contexto escatológico. O seu método de trabalho é baseado na constante absorção de técnicas que sirvam expressivamente as suas ideias. Essa escolha surgiu como reação à herança da modernidade (e noção de autoria), que separa o corpo do artista do fabrico da própria peça de arte, alienando esses objetos da aura do gesto do seu autor intelectual.
Beatriz Neto, Lisboa, 1999. Vive e trabalha em Lisboa.
Estudou Arte Multimédia na Faculdade de Belas Artes de Lisboa, em 2020, e obteve o Mestrado em Artes Visuais (MFA) pela Malmö Art Academy, 2023, (Professor João Penalva). Trabalha atualmente como assistente da artista Mónica de Miranda.
Foi nomeada para o Prémio Arte Jovem Fundação Millennium bcp e selecionada para a 3ª edição do Curso de Artes Visuais FLAD, na Cortéx Frontal, em 2024. Recebeu bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian e Rede KUNO, em 2022, e Bolsa de Mérito pela Universidade Lisboa, em 2020. Em 2019, Beatriz Neto recebeu o 1º prémio da 9ª Edição da JOV’ARTE.
Destacam-se as exposições “Obscura Luz” (Rua das Gaivotas 6, Lisboa, 2024), “IX Edição do Prémio de Fotografia de Sintra” (MU.SA, Sintra, 2024); as individuais “Third Eye” (Galeria KHM1, Malmö, 2023) e “Before It All” (Galeria Municipal Vieira da Silva, Loures, 2022); “O Incendiário” (Capela do Espírito Santo, Museu Municipal de Loures, 2022), “Notes on Tools” (Espaço Celsius Projects, Malmö, 2022), “The Annual Exhibition” (Malmö Art Academy, Malmö, 2021), “Short Film Day Festival” (Cinema Panora, Malmö, 2021), “New Students Exhibition” (Galeria KHM2, Malmö, 2021), “9ª Edição JOV’ARTE | Bienal Jovem” (Galeria Municipal Vieira da Silva, Loures, 2019), entre outras.
A sua prática artística centra-se numa investigação contextual e conceptual do lugar, com trabalhos que desafiam a reconsiderar as percepções do real e narrativas lineares do tempo, na tentativa de documentar vestígios do que já foi e do que virá, entrelaçando factos e ficção. Cuidadosamente questionando narrativas históricas, Neto utiliza os meios da fotografia, vídeo/filme, instalação, performance e som para explorar temas de identidade, história, territorialidade, mitos e crenças. Assim, os seus projetos procuram rever os processos de reflexão contemporâneos a partir de diferentes locais e linhas do tempo, proporcionando um olhar reflexivo sobre as camadas do que constitui o domínio do visível.
Maria Oliveira, Ponte de Lima, 1982, Porto.
Expõe regularmente desde 2011 em Portugal e no estrangeiro. Em 2024 foi selecionada para o ‘Rencontres Photographiques de Montpellier’ e para a exposição na Galerie Huit Arles, em Arles.
Em 2023 integra a colecção Municipal de Arte do Porto e a da Coleção da Fundação PLMJ. Participa, entre outros, no Kranj Foto Fest, na Eslovénia; na exposição Zonas de Transição – Obras da Coleção da Fundação PLMJ, em Lisboa e na exposição Vozes da Paisagem Contemporânea, em Palma de Maiorca. Em 2022 participa na exposição “NATURE FUTURE – Young European photography “, organizado pela presidência francesa do Conselho da EU, em Praga e Berlim. Com a série ‘De vagar o Mar’ integra uma exposição colectiva itinerante exposta durante o ano de 2021. Em 2019 participa na primeira Bienal de Fotografia do Porto. Entre 2016 e 2017 é artista residente da Ci.clo – Plataforma de Fotografia onde desenvolve o projecto ‘Guardar o fogo para dias de pouca luz’ que integra uma exposição patente, entre outros, no Centro Português de Fotografia, no Porto, Portugal; Fotofestiwal, em Lodz, Polónia e Escola de Artes Visuais, em Nova Iorque, E.U.A. Em 2014 expõe no Festival FotoRio, Rio de Janeiro, Brasil e em 2011 na Casa de Portugal, em Macau. Em 2019 foi vencedora do prémio Novos Talentos FNAC e Scopio Magazine International Photobook Contest, resultando a edição do primeiro livro ‘Guardar o fogo para dias de pouca luz’. Integra as coleções Coleção Municipal de Arte do Porto, Fundação PLMJ, MAR – Museu de Arte do Rio de Janeiro e colecções privadas.
Nota curatorial
Há ideias desafiantes que de alguma forma definem as práticas destas três artistas plásticas. Mutação e transmutação do visível e do ambiente quotidiano surgem como possibilidade crítica e (co-)criativa num registo próximo da contemplação (ativa). A plasticidade do real – hoje mais do que nunca? – merece este cuidar multidimensional do território. Sejam benvindas, tais artes plásticas no feminino (e sublinhe-se a delicada dignidade da letra pequena em ‘artes plásticas’, pois o que está aqui em causa é sobretudo a praxis investigativa e não tanto um ‘campo’ de produção estável, engavetado – as ‘Artes Plásticas’. MCC
Enquadramento
O PEA – Portuguese Emerging Art é uma publicação anual da associação cultura EMERGE, sedeada em Torres Vedras, que se realiza desde 2017. Tem como principal objetivo a promoção de arte realizada por artistas emergentes portugueses ou a residir em Portugal. O lançamento da edição de 2024, coordenada por Daniela Ambrósio, decorreu na Sociedade Nacional de Belas Artes em setembro passado, e contou com a presença do júri constituído por Isabel Baraona, João Silvério e Sérgio Fazenda Rodrigues. Entre as dezenas de artistas participantes, três mulheres foram convidadas a vir ao Torrão para aí desenvolver o seu labor.
A EMERGE é uma associação cultural sem fins lucrativos, fundada em 2016, em Torres Vedras, cujo principal objetivo é promover a arte contemporânea, com especial enfoque em artistas emergentes. A sua missão concretiza-se através da realização de projetos desenvolvidos em parceria com instituições públicas e privadas, curadores, artistas, galerias, entre outros, abordando temas contemporâneos.
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